FIAR - FESTIVAL INTERNACIONAL DE ARTE Y RURALIDAD

Silo - Arte e Latitude Rural abre a conferência inaugural do Seminário, parte da programação do Festival.

Promovido pelo Instituto Distrital de Artes (IDARTES), o Festival Internacional de Arte y Ruralidad aconteceu em Bogotá (Colômbia), entre os dias 4 e 28 de outubro. O evento promoveu o diálogo internacional e intercultural entre campo e cidade por meio da arte, ampliando a visibilidade das expressões rurais e fortalecendo o reconhecimento da arte em sua relação com as ruralidades.

Ao longo da programação, o público pôde participar de 22 atividades realizadas em oito localidades diferentes, com a presença de mais de 30 convidados nacionais e internacionais e 42 artistas e coletivos culturais.

A Programação Artística do FIAR ocupou tanto espaços urbanos quanto áreas rurais de Bogotá. O público pôde acompanhar mostras de grupos camponeses e participar de laboratórios criativos que promoveram o encontro entre diferentes saberes e expressões artísticas. Todas as atividades foram realizadas com a participação das comunidades locais, acontecendo, algumas delas, nos próprios espaços comunitários.

Programação artística do Festival de Arte y Ruralidade | Foto: Cinthia Mendonça

O trabalho de curadoria do Festival foi realizado por nomes latinoamericanos como, Cinthia Mendonça (Brasil); Fernando García Dory e Benito Burgos (Espanha); Silvia Rivera Cusicanqui ( Bolivia); Germán Rey (Colômbia); Alfredo Díaz (Sumapaz - Colômbia) e Martha Villalba (Usme - Colômbia).

Convidados e participantes presentes no FIAR

Seminário Internacional de Artes y Ruralidad

O Seminário Internacional, parte da programação do FIAR, voltou-se à geração de conhecimento e participação no debate internacional sobre a relação entre arte e ruralidade, baseada no intercâmbio de experiências, reflexões, conhecimentos e saberes. O Seminário foi realizado entre os dias 12 e 15 de outubro em quatro espaços diferentes, composto por conferências magnas, painéis e mostras artísticas.

Cinthia Mendonça, da Silo - Arte e Latitude Rural, e Martha Villalba, da Escuela de Cultura Campesina de Usme, realizaram a conferência inaugural do Seminário, na Cinemateca de Bogotá; onde compartilharam experiências concretas sobre como a arte tem transformado a vida nos territórios em que atuam, fortalecendo o sentimento de pertencimento, criando condições de permanência e projetando futuros mais justos e sustentáveis. O nome da fala de abertura do Seminário foi “ O futuro es campesino”.

Cinthia Mendonça, diretora da Silo - Arte e Latitude Rural, junto a Martha Villalba, da Escuela de Cultura Campesina de Usme, abrem a conferência do Seminário | Foto: Maria Laís

Em alguns momentos, Cinthia Mendonça destacou a importância de reconhecer os saberes ancestrais como fundamentos das práticas e da cultura camponesa. O campo é feito por culturas indígenas e afro-diaspóricas, que deixaram como legado, além de expressões artísticas e culturais, conhecimentos sobre o cultivo da terra e a capacidade de observar e ler os biomas e a biodiversidade.

A conversa também abordou a importância de estimular o pensamento crítico sobre a vida no campo, sem perder de vista os desafios e obstáculos que a atravessam. O trabalho das duas instituições latino-americanas dá visibilidade aos saberes rurais e confronta as narrativas que reproduzem preconceitos e estereótipos caricatos e/ou folclóricos.

No dia 12, ocorreu a abertura do Seminário no Teatro Jorge Eliecer Gaitán; no dia seguinte, as pessoas convidadas viajaram para a comunidade camponesa de Sumapaz (região de Paramos). No segundo e no terceiro dia foram dedicados a conferências magnas e painéis na Cinemateca e no Planetário Distrital; que promovem conversas entre os conhecimentos e saberes de acadêmicos, artistas, gestores e líderes comunitários.

No dia 14, foi realizado um debate sobre a gestão em torno da arte e da ruralidade, e, no dia 15 , as discussões se concentraram sob os quatro eixos programáticos: Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Soberania Alimentar, Migrações Campo-Cidade; Memórias Sociais.

O Seminário afirma os saberes camponeses como essenciais na construção de futuros solidários, justos, criativos e ecológicos.