Programas
Nossos programas:
Resiliência: Residência Artística
Imersão para pesquisa e experimentação artística voltada para artistas, curadores e cientistas. A residência oferece uma experiência territorial na natureza e cria narrativas sobre o universo rural/ambiental da atualidade por meio das Artes.
CaipiraTechLab
O programa colabora com o fortalecimento dos sistemas agroalimentares regionais e sua expressão cultural por meio de mapeamento, cursos e desenvolvimento de tecnologia.
Laboratórios de Experimentação e Inovação
Comprometidos com pesquisa e produção, são espaços multidisciplinares para o desenvolvimento de projetos com a participação de colaboradores e tutores, utilizando diferentes recursos.
EncontrADA
Encontros feministas focados na troca de conhecimento entre diferentes universos femininos que compõem as questões culturais, sociais, econômicas e estéticas da vida de mulheres e pessoas trans. Um encontro de gerações e de tecnologias.
Silo-Escola
Uma escola livre e transdisciplinar. Uma escola rural criada para oferecer cursos de formação e oficinas dentro de uma dinâmica de imersão para adultos, jovens e também crianças, oferecendo experiências para troca de saberes e desenvolvimento humano, com artes, ciências, tecnologias, e agroecologia.
Histórico
Nascemos como organização da sociedade civil em 2017, apoiadas por um conjunto de experiências anteriores em práticas artísticas, em processos de experimentação, em projetos colaborativos e comunitários com referência em arte, ciência, tecnologia, agroecologia e gestão.
A iniciativa foi da artista Cinthia Mendonça, filha e neta de camponeses que traz consigo uma longa experiência profissional - como artista e gestora - na criação de Residências Artísticas e Laboratórios Colaborativos em comunidades latino americanas. Cinthia reuniu artistas, cientistas, desenvolvedores e ativistas para configurar a base associativa da Silo. Logo depois vieram os Conselhos fiscal, consultivo e administrativo que atualmente são compostos por pessoas que sentem, pensam e fazem coisas em diferentes áreas do conhecimento: artes, ciência, direito, comunicação, economia, agroecologia, meio ambiente, ativismo e ajuda humanitária.
A convergência da associação foi possível a partir da sinergia entre pessoas que habitam, trabalham, pesquisam e reconhecem o valor do campo e do campesinato em relação aos biomas e à biodiversidade.
A Silo trabalha na elaboração de boas perguntas pertinentes às questões de nosso tempo e na criação de novos imaginários. Ela nasce do desejo de promover o trânsito de saberes entre campo e cidade, evidenciando que nas extremas periferias há uma imensa produção de conhecimento, cultura e tecnologia. Ela reflete, por um lado, a experiência geracional de filhos e netos de camponeses, gente do campo, dos mares, rios e florestas que se relaciona com as novas tecnologias. Por outro, reflete a vivência de uma geração urbana que deseja estar no campo.
Silo
Quando escolhemos Silo como nome, queremos evocar o símbolo comunal e ancestral presente nessa estrutura, dando a ver sua potência coletiva e a importância do que é bem comum.
Um silo funciona como recipiente para armazenar, em temperatura adequada, grãos e produtos beneficiados. Cavados no solo, os silos arcaicos tinham uma forma redonda e senoidal, que ficavam no centro das ocas, nos quintais, ou em espaços comunais que atendiam até mesmo grandes populações como as do Egito antigo. Na Amazônia brasileira, ainda hoje, o silo é usado por alguns povos do alto-xingu, como os Yawalapiti, para armazenar o polvilho e a massa de mandioca.
Atualmente, inversa à forma ancestral, a maioria dos silos são verticalizados. Essa orientação está diretamente ligada à superprodução de grãos do modelo agroindustrial em um desdobramento tecnológico da matriz latifundiária e exportadora que marca nossa história colonial. Como símbolo imponente de um modelo extrativista de produção, ele deixou de ser uma estrutura de subsistência e passou a funcionar como meio de acumulação e exploração.
Somos Silo porque evocamos o bem comum e o bem viver. Como modelo artístico, social e econômico, os silos ancestrais nos ensinam sobre a gestão de recursos comunitários, baseada em valores como solidariedade, autonomia e corresponsabilidade. Acreditamos que o campesinato e os povos que vivem em integração com a natureza representam modos de vida e valores que estão muito além de um modelo de negócios.
Para nós, trazer o nome Silo é também disputar o imaginário rural que vem sendo devastado pelas grandes estruturas econômicas e industriais. É recobrar, de certa forma, o símbolo do campesinato, a autonomia sobre a produção de alimentos e de pensamentos. É militar pela reconexão do campo com a biodiversidade porque os saberes e o modo de vida dos povos que vivem na natureza precisam ser respeitados, cuidados e preservados. Suas histórias precisam ser contadas e suas práticas continuadas.